Eles levam: cobertores, travesseiros, marmitas e a esperança de consguir uma ficha
Pessoas chegam logo cedo, muitas até no início da tarde, e fazem plantão ali pela Praça Jaime Pinheiro e adjacências para angariarem uma ficha para um atendimento.
Segundo declarações do Secretário de Saúde, Dr. Luiz Gonzaga, não há necessidade alguma desse exagero. Mas o pessoal insiste. E ai de quem não chegar logo cedo! Com certeza não conseguirá a bendita vaga. Os próprios funcionários já avisam logo: chegue cedo, logo pela madrugada, senão não consegue.
A noite parece inerminável...
Até quando o sistema vai funcionar assim? Muitas vezes, pela manhã, quando o expediente começa, acontecem até discussões nas filas com agressões físicas. É um verdadeiro fuzuê!
A reportagem já soube até de casos em que os próprios funcionários fazem fichas para os “conhecidos” cobrando uma gratificação. É, “amigo na praça é melhor que dinheiro no banco.”
“E muitas vezes, depois de todo esse sacrifício, nas filas, quando se chega ao gabinete do médico, ele nem olha pra cara do paciente, vai logo escrevendo, escrevendo, escrevendo. Nunca vi escrever tanto! Parece que tem nojo da gente,” desabafou dona Bernadete Teixeira, uma das participantes dessa fila da agonia, que estava tentando fazer uma ficha para o seu sobrinho.
É, o sistema precisa mudar!